Um francês que visitou o Alto Rio Negro nos fins do século XIX escreveu: “É uma região desabitada e inabitável”. Não foi esse o parecer do padre João Bálzola, o primeiro salesiano que percorreu a remo a região e fundou nela, em 24 de maio de 1915, a missão de São Gabriel da Cachoeira, inaugurando assim a presença salesiana na Amazônia. Deixou escrito: “É um vasto campo de apostolado. As dificuldades não impedirão a realização de uma grande obra de civilização cristã”.

Vivemos em um cenário mundial que muito nos interpela. O que nos diriam Dom Bosco e seus primeiros colaboradores? Certamente, a figura carismática de Dom Bosco não esconderia a fragilidade das situações a enfrentar, mas apontaria percursos formativos em busca de uma identidade repleta de valores e de uma profunda espiritualidade.

O Instituto das Filhas de Maria de Auxiliadora, nos últimos anos, tem intensificado a ênfase na necessidade de um trabalho de coordenação para a comunhão, em que se destaque a convergência de ações e forças para a concretização da missão educativa evangelizadora.

Este genial reformador (Dom Bosco)previu que a sociedade industrial requer novos modos de agregação e então inventa uma máquina perfeita... a estrutura do Oratório, a utopia de “um novo modo de estar juntos”. Esta frase foi dita pelo grande escritor italiano Humberto Eco e resume o que entendemos, na Família Salesiana, sobre o Oratório. O Oratório é a primeira estrutura utilizada por Dom Bosco para realizar a sua vocação a serviço dos jovens. Para ele é uma instituição versátil e abrangente, desenhada para os jovens, com uma mescla atrativa de “devoções, jogos e excursões”. Contudo, mais do que uma instituição, é uma experiência de e com os jovens. Não nos esqueçamos de que o sistema preventivo nasceu da experiência do oratório. Foi um “método oratoriano” antes de ser “sistema preventivo”.