Entidades divulgam nota de solidariedade a Dom Pedro Casaldáliga

Segunda, 10 Dezembro 2012 15:22 Escrito por  CNBB
Entidades divulgam nota de solidariedade a Dom Pedro Casaldáliga Missão Salesiana do Mato Grosso
Entidades e organizações da sociedade civil, incluindo o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT), divulgaram uma nota de solidariedade ao bispo prelado emérito de São Félix do Araguaia, MT, Dom Pedro Casaldáliga.   A nota se refere à desocupação das terras indígenas Marãiwatsèdè  Xavante, após mais de 20 anos de invasão por fazendeiros, posseiros e pequenos produtores.   Segundo a nota, as entidades querem externar sua mais irrestrita solidariedade a Dom Pedro, que vem sofrendo ameaças por parte dos fazendeiros. “Desde o momento em que pisou este chão do Araguaia e mais precisamente, desde a hora em que foi sagrado bispo da Prelazia de São Félix do Araguaia, sua ação sempre se pautou na defesa dos interesses dos mais pobres, os povos indígenas, os posseiros e os peões. Todos sabem que Dom Pedro e a Prelazia sempre deram apoio a todas as ocupações de terra pelos posseiros e sem terra e como estas ocupações foram o suporte que possibilitou a criação da maior parte dos municípios da região”.   Ainda segundo as entidades que assinam a nota, a área reservada aos Xavante foi toda ocupada por fazendeiros, políticos e comerciantes. Muitos pequenos agricultores  foram incentivados e apoiados a ocupar algumas pequenas áreas para dar cobertura aos grandes. “O governo da República, porém estava agindo e logo, em 1993, declarou a área como Terra Indígena que foi demarcada e, em 1998 homologada pelo presidente FHC. Só agora é que a justiça está reconhecendo de maneira definitiva o direito maior dos índios. O que D. Pedro sempre pediu, em relação a esta terra, foi que os pequenos que entraram enganados, fossem assentados em outras terras da Reforma Agrária. Mas o que se vê é que, ontem como hoje, os pequenos continuam sendo massa de manobra nas mãos dos grandes e dos políticos na tentativa de não se garantir aos povos indígenas um direito que lhes é reconhecido pela Constituição Brasileira”.   Para o bispo de São Félix, dom Adriano Ciocca, “Estamos vivendo um momento de muita apreensão e tensão em nossa Prelazia por causa da retirada dos ocupantes não-indígenas das terras de Marãiwatsèdè. Sabemos que está havendo muito sofrimento, sobretudo, dos mais pobres, por causa desta retirada determinada pela justiça. Queremos lembrar que nós, bispos e agentes de pastoral, desde o início desta ocupação alertamos e sempre continuamos alertando para a possibilidade do atual desfecho por se tratar de terras cujo direito é garantido ao povo Xavante pela Constituição Federal de nosso país.   Lamentamos que pessoas humildes tenham se deixado levar pelas promessas de políticos e demais pessoas interessadas apenas em tirar proveito desta terra historicamente pertencente ao povo Xavante e que estão acostumadas a usar o povo para garantir os seus interesses. Repudiamos todas as ameaças que nosso bispo emérito Pedro vem sofrendo, bem como membros do povo Xavante. Alertamos para o fato de que nenhuma violência poderá reverter a decisão tomada pela justiça e que o atos criminosos só aumentarão o sofrimento de mais pessoas e suas consequências deverão cair também sobre as cabeças de quem os praticar”, disse Dom Adriano Ciocca em nota divulgada ao povo de São Félix.   Leia no site da CNBB a nota das entidades:
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Última modificação em Terça, 11 Dezembro 2012 15:06

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Segunda, 10 Dezembro 2012 15:22 Escrito por  CNBB
Entidades divulgam nota de solidariedade a Dom Pedro Casaldáliga Missão Salesiana do Mato Grosso
Entidades e organizações da sociedade civil, incluindo o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT), divulgaram uma nota de solidariedade ao bispo prelado emérito de São Félix do Araguaia, MT, Dom Pedro Casaldáliga.   A nota se refere à desocupação das terras indígenas Marãiwatsèdè  Xavante, após mais de 20 anos de invasão por fazendeiros, posseiros e pequenos produtores.   Segundo a nota, as entidades querem externar sua mais irrestrita solidariedade a Dom Pedro, que vem sofrendo ameaças por parte dos fazendeiros. “Desde o momento em que pisou este chão do Araguaia e mais precisamente, desde a hora em que foi sagrado bispo da Prelazia de São Félix do Araguaia, sua ação sempre se pautou na defesa dos interesses dos mais pobres, os povos indígenas, os posseiros e os peões. Todos sabem que Dom Pedro e a Prelazia sempre deram apoio a todas as ocupações de terra pelos posseiros e sem terra e como estas ocupações foram o suporte que possibilitou a criação da maior parte dos municípios da região”.   Ainda segundo as entidades que assinam a nota, a área reservada aos Xavante foi toda ocupada por fazendeiros, políticos e comerciantes. Muitos pequenos agricultores  foram incentivados e apoiados a ocupar algumas pequenas áreas para dar cobertura aos grandes. “O governo da República, porém estava agindo e logo, em 1993, declarou a área como Terra Indígena que foi demarcada e, em 1998 homologada pelo presidente FHC. Só agora é que a justiça está reconhecendo de maneira definitiva o direito maior dos índios. O que D. Pedro sempre pediu, em relação a esta terra, foi que os pequenos que entraram enganados, fossem assentados em outras terras da Reforma Agrária. Mas o que se vê é que, ontem como hoje, os pequenos continuam sendo massa de manobra nas mãos dos grandes e dos políticos na tentativa de não se garantir aos povos indígenas um direito que lhes é reconhecido pela Constituição Brasileira”.   Para o bispo de São Félix, dom Adriano Ciocca, “Estamos vivendo um momento de muita apreensão e tensão em nossa Prelazia por causa da retirada dos ocupantes não-indígenas das terras de Marãiwatsèdè. Sabemos que está havendo muito sofrimento, sobretudo, dos mais pobres, por causa desta retirada determinada pela justiça. Queremos lembrar que nós, bispos e agentes de pastoral, desde o início desta ocupação alertamos e sempre continuamos alertando para a possibilidade do atual desfecho por se tratar de terras cujo direito é garantido ao povo Xavante pela Constituição Federal de nosso país.   Lamentamos que pessoas humildes tenham se deixado levar pelas promessas de políticos e demais pessoas interessadas apenas em tirar proveito desta terra historicamente pertencente ao povo Xavante e que estão acostumadas a usar o povo para garantir os seus interesses. Repudiamos todas as ameaças que nosso bispo emérito Pedro vem sofrendo, bem como membros do povo Xavante. Alertamos para o fato de que nenhuma violência poderá reverter a decisão tomada pela justiça e que o atos criminosos só aumentarão o sofrimento de mais pessoas e suas consequências deverão cair também sobre as cabeças de quem os praticar”, disse Dom Adriano Ciocca em nota divulgada ao povo de São Félix.   Leia no site da CNBB a nota das entidades:
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