Síria: sete anos de guerra

Quinta, 12 Abril 2018 12:50 Escrito por  Com informações ANS e Vatican News
Síria: sete anos de guerra Foto: ANS
A Síria completa sete anos de um conflito cujas vítimas são principalmente crianças. Em meio à guerra, os salesianos buscam ser presença solidária e acolhedora para os jovens e suas famílias.  

No dia 25 de março, os salesianos de Damasco, na Síria, celebraram o Domingo de Ramos reabrindo o Oratório Dom Bosco. A obra ficou fechada por mais de um mês, desde 21 de fevereiro. Com isso, prática de esportes, oficinas, catequese, reforço escolar, encontros de jovens e todas as demais atividades – inclusive as de lazer, que eram praticamente a única oportunidade de divertimento para crianças e adolescentes da região – foram suspensas. O motivo: com os bombardeios à capital síria, que se avolumaram em fevereiro e março, era impossível garantir a integridade dos oratorianos e dos educadores.

 

As principais vítimas

O bombardeio de Damasco e o recrudescimento dos conflitos ocorreram quando a guerra na Síria completava sete anos, causando sofrimento crescente na população. A cada ano, aumenta o número de mortos, de feridos, de desabrigados e de migrantes. As principais vítimas, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), são as crianças.

 

O último relatório da entidade mostra que o ano de 2017 foi especialmente trágico, com o maior número de mortes de crianças já registrado desde o início dos conflitos: 910.

 

Além das vítimas diretas, após sete anos de guerra há 170 mil crianças vivendo em áreas sitiadas e 5,3 milhões crianças sírias têm necessidade de assistência humanitária. As crianças deslocadas internamente são 2,8 milhões, e as refugiadas em países vizinhos contam outros 2,6 milhões. Entre as crianças refugiadas, quase 10 mil estão desacompanhadas ou separadas dos pais.

 

Ao apresentar esses números, o Unicef destacou que se trata de estimativas, pois a realidade pode ser ainda mais grave.

 

Ataques contra hospitais

Em 13 de março, a organização internacional “Save the Children” divulgou o relatório “Vozes das áreas de perigo”, por ocasião do sétimo ano de guerra na Síria. No documento, a entidade denuncia que mais de dois milhões de pessoas, metade das quais crianças, estão em áreas sem a possibilidade de receber ajuda humanitária, pois as estradas estão bloqueadas e os caminhões que transportam alimentos e medicamentos não conseguem chegar. Mesmo nas áreas em que, por acordo, não deveria haver bombardeios, uma ambulância é atacada a cada dois dias e, a cada três, um agente de saúde é ferido ou morto.

 

Segundo o relatório, desde o início de 2018 até a metade de fevereiro, somente na região de Ghouta oriental, “foram mortas mais de 600 pessoas e mais de 2.000 mil ficaram feridas. Na mesma área, mais de 60 escolas foram destruídas ou danificadas pelos bombardeios”. A organização afirma também que, na mesma região, 24 estruturas de saúde foram afetadas por bombardeios e os poucos médicos que permaneceram são obrigados a trabalhar sem material hospitalar ou remédios.

 

O povo tem fome

Outra entidade que divulgou dados relativos ao conflito foi a World Food Programme (WFP), maior agência humanitária de combate à fome no mundo, segundo a qual “os sete anos de guerra na Síria produziram sofrimentos insuportáveis”. De acordo com a WFP, mais de um terço da população da Síria foi deslocada de sua região de origem. O movimento contínuo é acompanhado por altos níveis de fome e necessidade. Também houve uma alta dos preços dos alimentos – o pão, por exemplo, custa oito vezes mais do que no início do conflito. Com isso, cerca de 6,5 milhões de pessoas sofrem de insegurança alimentar – o dobro do ano passado.

 

Presença salesiana

O fechamento do Oratório Dom Bosco foi um fato específico, mas muito representativo das consequências dessa guerra. São milhares de mortos e feridos, milhões de pessoas obrigadas a sair de suas casas e outras tantas que, ao permanecerem no país, têm sua vida totalmente transformada pela guerra. Nas várias regiões de conflito faltam alimentos e remédios, as aulas são constantemente suspensas e não há trabalho... a insegurança é total.

 

É nessas regiões que a presença salesiana tem sido fundamental. Além de oferecer ajuda material aos que necessitam, os oratórios salesianos procuram ser um espaço de normalidade, de vida e de fraternidade; para católicos e muçulmanos, é bom destacar. Na Síria, mais que em qualquer outra parte, o oratório salesiano é casa que acolhe, paróquia que evangeliza, escola que encaminha para a vida e pátio para que os jovens possam se encontrar e conviver como irmãos.

 

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Última modificação em Quinta, 12 Abril 2018 12:55

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Síria: sete anos de guerra

Quinta, 12 Abril 2018 12:50 Escrito por  Com informações ANS e Vatican News
Síria: sete anos de guerra Foto: ANS
A Síria completa sete anos de um conflito cujas vítimas são principalmente crianças. Em meio à guerra, os salesianos buscam ser presença solidária e acolhedora para os jovens e suas famílias.  

No dia 25 de março, os salesianos de Damasco, na Síria, celebraram o Domingo de Ramos reabrindo o Oratório Dom Bosco. A obra ficou fechada por mais de um mês, desde 21 de fevereiro. Com isso, prática de esportes, oficinas, catequese, reforço escolar, encontros de jovens e todas as demais atividades – inclusive as de lazer, que eram praticamente a única oportunidade de divertimento para crianças e adolescentes da região – foram suspensas. O motivo: com os bombardeios à capital síria, que se avolumaram em fevereiro e março, era impossível garantir a integridade dos oratorianos e dos educadores.

 

As principais vítimas

O bombardeio de Damasco e o recrudescimento dos conflitos ocorreram quando a guerra na Síria completava sete anos, causando sofrimento crescente na população. A cada ano, aumenta o número de mortos, de feridos, de desabrigados e de migrantes. As principais vítimas, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), são as crianças.

 

O último relatório da entidade mostra que o ano de 2017 foi especialmente trágico, com o maior número de mortes de crianças já registrado desde o início dos conflitos: 910.

 

Além das vítimas diretas, após sete anos de guerra há 170 mil crianças vivendo em áreas sitiadas e 5,3 milhões crianças sírias têm necessidade de assistência humanitária. As crianças deslocadas internamente são 2,8 milhões, e as refugiadas em países vizinhos contam outros 2,6 milhões. Entre as crianças refugiadas, quase 10 mil estão desacompanhadas ou separadas dos pais.

 

Ao apresentar esses números, o Unicef destacou que se trata de estimativas, pois a realidade pode ser ainda mais grave.

 

Ataques contra hospitais

Em 13 de março, a organização internacional “Save the Children” divulgou o relatório “Vozes das áreas de perigo”, por ocasião do sétimo ano de guerra na Síria. No documento, a entidade denuncia que mais de dois milhões de pessoas, metade das quais crianças, estão em áreas sem a possibilidade de receber ajuda humanitária, pois as estradas estão bloqueadas e os caminhões que transportam alimentos e medicamentos não conseguem chegar. Mesmo nas áreas em que, por acordo, não deveria haver bombardeios, uma ambulância é atacada a cada dois dias e, a cada três, um agente de saúde é ferido ou morto.

 

Segundo o relatório, desde o início de 2018 até a metade de fevereiro, somente na região de Ghouta oriental, “foram mortas mais de 600 pessoas e mais de 2.000 mil ficaram feridas. Na mesma área, mais de 60 escolas foram destruídas ou danificadas pelos bombardeios”. A organização afirma também que, na mesma região, 24 estruturas de saúde foram afetadas por bombardeios e os poucos médicos que permaneceram são obrigados a trabalhar sem material hospitalar ou remédios.

 

O povo tem fome

Outra entidade que divulgou dados relativos ao conflito foi a World Food Programme (WFP), maior agência humanitária de combate à fome no mundo, segundo a qual “os sete anos de guerra na Síria produziram sofrimentos insuportáveis”. De acordo com a WFP, mais de um terço da população da Síria foi deslocada de sua região de origem. O movimento contínuo é acompanhado por altos níveis de fome e necessidade. Também houve uma alta dos preços dos alimentos – o pão, por exemplo, custa oito vezes mais do que no início do conflito. Com isso, cerca de 6,5 milhões de pessoas sofrem de insegurança alimentar – o dobro do ano passado.

 

Presença salesiana

O fechamento do Oratório Dom Bosco foi um fato específico, mas muito representativo das consequências dessa guerra. São milhares de mortos e feridos, milhões de pessoas obrigadas a sair de suas casas e outras tantas que, ao permanecerem no país, têm sua vida totalmente transformada pela guerra. Nas várias regiões de conflito faltam alimentos e remédios, as aulas são constantemente suspensas e não há trabalho... a insegurança é total.

 

É nessas regiões que a presença salesiana tem sido fundamental. Além de oferecer ajuda material aos que necessitam, os oratórios salesianos procuram ser um espaço de normalidade, de vida e de fraternidade; para católicos e muçulmanos, é bom destacar. Na Síria, mais que em qualquer outra parte, o oratório salesiano é casa que acolhe, paróquia que evangeliza, escola que encaminha para a vida e pátio para que os jovens possam se encontrar e conviver como irmãos.

 

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