Preservar a História para quem virá depois

Sexta, 03 Mai 2013 11:37 Escrito por  Editorial Boletim Salesiano
  A história dos salesianos no Brasil é preservada – e “contada” sob diferentes aspectos – por pelo menos cinco frentes de documentação histórica. Conheça um pouco mais sobre elas!   Olhar para um fato ou momento e enxergar nele sua importância sob uma ótica futura é uma missão nobre. Quem a realiza talvez não tenha a oportunidade de colher desses frutos, mas o faz pensando naqueles que virão. Assim tem sido desde que os primeiros salesianos chegaram ao Brasil, 130 anos atrás, para integrar sua história à de um país que passava por profundas transformações sociais. A história dos salesianos e salesianas se mistura com o próprio desenvolvimento do Brasil. Os fatos, entretanto, não se desenrolaram com tanta clareza e linearidade. À chegada de dom Luis Lasagna ao Rio de Janeiro, se entrelaçam as demais linhas do tempo e que hoje são contadas por pelo menos cinco frentes salesianas de documentação histórica, no Brasil. O Museu de História dos Salesianos no Brasil, o Museu das Culturas Dom Bosco, o Arquivo da Inspetoria de São Paulo, o Memorial Histórico do Colégio Santa Rosa e o Centro Salesiano de Documentação e Pesquisa têm se empenhado na missão de catalogar e preservar essa história, com fotos, artigos, cartas, utensílios e toda série de documentos que fazem uma espécie de túnel do tempo, trazendo esse legado às gerações presentes.  

Centro Salesiano de Documentação e Pesquisa (CSDP)

A Inspetoria São João Bosco (ISJB), com sede em Belo Horizonte, celebrou o centenário de presença salesiana no Brasil com a criação do Centro Salesiano de Documentação e Pesquisa (CSDP) na cidade de Barbacena, MG. Este empreendimento foi confiado, em 1981, ao padre José Vieira de Vasconcellos, professor na Universidade Nacional de Brasília (UNB). Ele procurou despertar o interesse dos salesianos do Brasil para cooperarem na doação de documentos que servissem para preservar essa história. Com sua dedicação, conseguiu reunir e organizar um acervo expressivo. A inauguração do CSDP contou com a presença do reitor-mor dos Salesianos, padre Egídio Viganò, no dia 28 de julho de 1983, como parte dos festejos do centenário.

O CSDP é hoje o centro de referência da história salesiana no Brasil e mantém a missão de recolher e organizar principalmente a documentação de todo o tipo de publicação (livro, periódicos, imagens etc.) referente: aos Salesianos (SDB) e à Família Salesiana; às obras e atividades salesianas; à Igreja (documentos e orientações pastorais) e a obras de apoio a pesquisas.

Mais informações sobre o Centro de Documentação podem ser obtidas no site: www.csdp.salesianos.br

 

Memorial Histórico do Colégio Santa Rosa

O marco inicial da história salesiana no Brasil está em Niterói, no Rio de Janeiro. O Colégio Santa Rosa foi a primeira casa salesiana e é onde se encontra o Memorial Histórico, composto por um rico acervo fotográfico e documental, que diz respeito ao próprio colégio, à cidade que os acolheu e à chegada dos primeiros salesianos no país.

Conforme relata Denise Campello Taraciuk, do Memorial Histórico, “o Colégio Santa Rosa, a primeira casa salesiana do Brasil, possuía uma riqueza de documentos: fotografias, móveis, espelhos de cristal, quadros de formatura, livros de Teologia e Filosofia, trabalhos de alunos das oficinas das Escolas Profissionais, uma coleção de Leituras Católicas (livretos publicados pela oficina de tipografia), obras de arte, imagens de santos, crucifixos esculpidos em madeira de lei etc.”.  

Grande parte deste acervo, entretanto, perdeu-se no decorrer do tempo, principalmente na época da transformação arquitetônica do colégio, na década de 1950. “Graças ao empenho do padre Joso, muita coisa pôde ser salva, pelo interesse que tinha na preservação da história do Santa Rosa. Fotos antigas, revistas, recortes de jornais, muitos semiqueimados, foram desinfetados e guardados. Alguns objetos como negativos de vidro, peças de mobiliário e quadros estão preservados”, conta Denise.

O Centro Salesiano de Documentação e Pesquisa recebeu muita colaboração desse acervo. Mas uma vasta gama de documentos e periódicos, bem como algumas peças de mobiliário feitas pelos aprendizes das Escolas Profissionais, continuam à disposição da comunidade para pesquisas, não só sobre o colégio, mas também sobre a cidade de Niterói.

Mais informações no link: http://www.salesianoniteroi.com.br/SR/edu_memo_hist.php

 

Museu de História dos Salesianos no Brasil

A preservação de peças e documentos históricos sobre a presença salesiana em São Paulo confunde-se com a própria existência do Liceu Salesiano Coração de Jesus, a segunda casa fundada pelos salesianos no Brasil, em 1885. O acervo foi crescendo e se configurando, mas foi somente em 2008 que se oficializou como Museu de História dos Salesianos no Brasil. Conforme explica Dulcília Lúcia de Oliveira Silva, coordenadora do Museu, ele “pretende contar a história da passagem dos salesianos em São Paulo e no Brasil e suas contribuições para o desenvolvimento social, para a educação, para as artes etc. Ainda é de pouco conhecimento público o trabalho efetivo dos salesianos no país”.

Dulcília explica que há uma diferença entre um centro de documentação, como o de Barbacena ou o do Memorial Santa Rosa, e um museu: “Em um centro de documentação você é o instrumento, é você quem sabe o que vai pesquisar. No museu, os objetos revelam a história. Cabe a você ler os fatos inscritos nos objetos e na maneira de expô-los”. Um exemplo muito claro, segundo ela, está na Educação salesiana: “Já desde o início a educação ‘técnica’ salesiana ensinava um ofício, mas não se restringia a isso. Os alunos aprendiam línguas, tinham aulas de teatro, tinham contato com as artes e a cultura. Isso é perceptível nos materiais didáticos e instrumentos preservados”, considera.

O Museu de História dos Salesianos no Brasil já participa de eventos e exposições específicas, mas ainda não está aberto ao público. Encontra-se atualmente em fase de catalogação do vasto acervo, que inclui relíquias e objetos sagrados, o acervo de partituras musicais e objetos utilizados na educação dos jovens (como uma máquina de cinema de 1930 e filmes religiosos e educativos do mesmo período), entre outros.

 

Museu das Culturas Dom Bosco

O Museu Dom Bosco foi fundado pelos padres salesianos em 27 de outubro de 1951, nas dependências do Colégio Dom Bosco em Campo Grande, MS. Em grande parte, dedicou-se a preservar a história das missões salesianas entre os povos indígenas, especialmente os Xavante e os Bororo. Em 1978, o “Museu do Índio”, como ficou conhecido pela população, foi instalado no prédio anexo à Missão Salesiana de Mato Grosso (MSMT), onde permaneceu por 26 anos. Ao longo desses anos, o Museu Dom Bosco se constituiu como um importante espaço de divulgação dos trabalhos dos missionários e de educação da comunidade.

Em 2003, a MSMT e a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), instituições mantenedoras do Museu Dom Bosco, assinaram convênio com o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul para a implantação de um novo museu, no Parque das Nações Indígenas. O Museu das Culturas Dom Bosco possui hoje, em funcionamento, uma área de exposição permanente com aproximadamente 1.000 m2, além de espaço para exposições temporárias, recepção, auditório e área administrativa.

No processo de reestruturação do Museu, houve uma grande preocupação em oferecer ao público uma exposição moderna, bonita e com recursos visuais e interativos, porém sem perder a cientificidade e, no caso dos objetos de origem indígena, o respeito pela esfera sagradas de muitas das peças. A participação das comunidades indígenas foi intensa na reflexão sobre o que e como expor.

O resultado desse trabalho pode ser visto na exposição permanente de Etnologia, na qual há salas específicas sobre os Povos do Mato Grosso do Sul, Povo Xavante, Povo Bororo, Povo Karajá e Povos do Rio Uaupés. O acervo do Museu das Culturas Dom Bosco inclui ainda as áreas de: Arqueologia, Mineralogia, Paleontologia e Zoologia.

Outras informações sobre o Museu das Culturas Dom Bosco em: http://www.mcdb.org.br/

 

Arquivoda Inspetoria deSão Paulo

O Arquivoda Inspetoria Nossa Senhora Auxiliadora – SP não é aberto ao público, mas permite a consulta a documentos, fotos e publicações referentes à história dos salesianos no Brasil. Fazem parte do acervo, em especial, coleções de revistas (como o Boletim Salesiano, tanto o publicado na Itália, como o publicado em língua portuguesa, desde 1902) e documentos oficiais da Congregação, entre as quais cartas trocadas no início do século XX com o então reitor-mor dos Salesianos, padre Miguel Rua. A Inspetoria de São Paulo preserva ainda um amplo arquivo fotográfico do Liceu Coração de Jesus e outras obras salesianas no Estado de São Paulo.

 

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Última modificação em Quinta, 28 Agosto 2014 18:16

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Preservar a História para quem virá depois

Sexta, 03 Mai 2013 11:37 Escrito por  Editorial Boletim Salesiano
  A história dos salesianos no Brasil é preservada – e “contada” sob diferentes aspectos – por pelo menos cinco frentes de documentação histórica. Conheça um pouco mais sobre elas!   Olhar para um fato ou momento e enxergar nele sua importância sob uma ótica futura é uma missão nobre. Quem a realiza talvez não tenha a oportunidade de colher desses frutos, mas o faz pensando naqueles que virão. Assim tem sido desde que os primeiros salesianos chegaram ao Brasil, 130 anos atrás, para integrar sua história à de um país que passava por profundas transformações sociais. A história dos salesianos e salesianas se mistura com o próprio desenvolvimento do Brasil. Os fatos, entretanto, não se desenrolaram com tanta clareza e linearidade. À chegada de dom Luis Lasagna ao Rio de Janeiro, se entrelaçam as demais linhas do tempo e que hoje são contadas por pelo menos cinco frentes salesianas de documentação histórica, no Brasil. O Museu de História dos Salesianos no Brasil, o Museu das Culturas Dom Bosco, o Arquivo da Inspetoria de São Paulo, o Memorial Histórico do Colégio Santa Rosa e o Centro Salesiano de Documentação e Pesquisa têm se empenhado na missão de catalogar e preservar essa história, com fotos, artigos, cartas, utensílios e toda série de documentos que fazem uma espécie de túnel do tempo, trazendo esse legado às gerações presentes.  

Centro Salesiano de Documentação e Pesquisa (CSDP)

A Inspetoria São João Bosco (ISJB), com sede em Belo Horizonte, celebrou o centenário de presença salesiana no Brasil com a criação do Centro Salesiano de Documentação e Pesquisa (CSDP) na cidade de Barbacena, MG. Este empreendimento foi confiado, em 1981, ao padre José Vieira de Vasconcellos, professor na Universidade Nacional de Brasília (UNB). Ele procurou despertar o interesse dos salesianos do Brasil para cooperarem na doação de documentos que servissem para preservar essa história. Com sua dedicação, conseguiu reunir e organizar um acervo expressivo. A inauguração do CSDP contou com a presença do reitor-mor dos Salesianos, padre Egídio Viganò, no dia 28 de julho de 1983, como parte dos festejos do centenário.

O CSDP é hoje o centro de referência da história salesiana no Brasil e mantém a missão de recolher e organizar principalmente a documentação de todo o tipo de publicação (livro, periódicos, imagens etc.) referente: aos Salesianos (SDB) e à Família Salesiana; às obras e atividades salesianas; à Igreja (documentos e orientações pastorais) e a obras de apoio a pesquisas.

Mais informações sobre o Centro de Documentação podem ser obtidas no site: www.csdp.salesianos.br

 

Memorial Histórico do Colégio Santa Rosa

O marco inicial da história salesiana no Brasil está em Niterói, no Rio de Janeiro. O Colégio Santa Rosa foi a primeira casa salesiana e é onde se encontra o Memorial Histórico, composto por um rico acervo fotográfico e documental, que diz respeito ao próprio colégio, à cidade que os acolheu e à chegada dos primeiros salesianos no país.

Conforme relata Denise Campello Taraciuk, do Memorial Histórico, “o Colégio Santa Rosa, a primeira casa salesiana do Brasil, possuía uma riqueza de documentos: fotografias, móveis, espelhos de cristal, quadros de formatura, livros de Teologia e Filosofia, trabalhos de alunos das oficinas das Escolas Profissionais, uma coleção de Leituras Católicas (livretos publicados pela oficina de tipografia), obras de arte, imagens de santos, crucifixos esculpidos em madeira de lei etc.”.  

Grande parte deste acervo, entretanto, perdeu-se no decorrer do tempo, principalmente na época da transformação arquitetônica do colégio, na década de 1950. “Graças ao empenho do padre Joso, muita coisa pôde ser salva, pelo interesse que tinha na preservação da história do Santa Rosa. Fotos antigas, revistas, recortes de jornais, muitos semiqueimados, foram desinfetados e guardados. Alguns objetos como negativos de vidro, peças de mobiliário e quadros estão preservados”, conta Denise.

O Centro Salesiano de Documentação e Pesquisa recebeu muita colaboração desse acervo. Mas uma vasta gama de documentos e periódicos, bem como algumas peças de mobiliário feitas pelos aprendizes das Escolas Profissionais, continuam à disposição da comunidade para pesquisas, não só sobre o colégio, mas também sobre a cidade de Niterói.

Mais informações no link: http://www.salesianoniteroi.com.br/SR/edu_memo_hist.php

 

Museu de História dos Salesianos no Brasil

A preservação de peças e documentos históricos sobre a presença salesiana em São Paulo confunde-se com a própria existência do Liceu Salesiano Coração de Jesus, a segunda casa fundada pelos salesianos no Brasil, em 1885. O acervo foi crescendo e se configurando, mas foi somente em 2008 que se oficializou como Museu de História dos Salesianos no Brasil. Conforme explica Dulcília Lúcia de Oliveira Silva, coordenadora do Museu, ele “pretende contar a história da passagem dos salesianos em São Paulo e no Brasil e suas contribuições para o desenvolvimento social, para a educação, para as artes etc. Ainda é de pouco conhecimento público o trabalho efetivo dos salesianos no país”.

Dulcília explica que há uma diferença entre um centro de documentação, como o de Barbacena ou o do Memorial Santa Rosa, e um museu: “Em um centro de documentação você é o instrumento, é você quem sabe o que vai pesquisar. No museu, os objetos revelam a história. Cabe a você ler os fatos inscritos nos objetos e na maneira de expô-los”. Um exemplo muito claro, segundo ela, está na Educação salesiana: “Já desde o início a educação ‘técnica’ salesiana ensinava um ofício, mas não se restringia a isso. Os alunos aprendiam línguas, tinham aulas de teatro, tinham contato com as artes e a cultura. Isso é perceptível nos materiais didáticos e instrumentos preservados”, considera.

O Museu de História dos Salesianos no Brasil já participa de eventos e exposições específicas, mas ainda não está aberto ao público. Encontra-se atualmente em fase de catalogação do vasto acervo, que inclui relíquias e objetos sagrados, o acervo de partituras musicais e objetos utilizados na educação dos jovens (como uma máquina de cinema de 1930 e filmes religiosos e educativos do mesmo período), entre outros.

 

Museu das Culturas Dom Bosco

O Museu Dom Bosco foi fundado pelos padres salesianos em 27 de outubro de 1951, nas dependências do Colégio Dom Bosco em Campo Grande, MS. Em grande parte, dedicou-se a preservar a história das missões salesianas entre os povos indígenas, especialmente os Xavante e os Bororo. Em 1978, o “Museu do Índio”, como ficou conhecido pela população, foi instalado no prédio anexo à Missão Salesiana de Mato Grosso (MSMT), onde permaneceu por 26 anos. Ao longo desses anos, o Museu Dom Bosco se constituiu como um importante espaço de divulgação dos trabalhos dos missionários e de educação da comunidade.

Em 2003, a MSMT e a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), instituições mantenedoras do Museu Dom Bosco, assinaram convênio com o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul para a implantação de um novo museu, no Parque das Nações Indígenas. O Museu das Culturas Dom Bosco possui hoje, em funcionamento, uma área de exposição permanente com aproximadamente 1.000 m2, além de espaço para exposições temporárias, recepção, auditório e área administrativa.

No processo de reestruturação do Museu, houve uma grande preocupação em oferecer ao público uma exposição moderna, bonita e com recursos visuais e interativos, porém sem perder a cientificidade e, no caso dos objetos de origem indígena, o respeito pela esfera sagradas de muitas das peças. A participação das comunidades indígenas foi intensa na reflexão sobre o que e como expor.

O resultado desse trabalho pode ser visto na exposição permanente de Etnologia, na qual há salas específicas sobre os Povos do Mato Grosso do Sul, Povo Xavante, Povo Bororo, Povo Karajá e Povos do Rio Uaupés. O acervo do Museu das Culturas Dom Bosco inclui ainda as áreas de: Arqueologia, Mineralogia, Paleontologia e Zoologia.

Outras informações sobre o Museu das Culturas Dom Bosco em: http://www.mcdb.org.br/

 

Arquivoda Inspetoria deSão Paulo

O Arquivoda Inspetoria Nossa Senhora Auxiliadora – SP não é aberto ao público, mas permite a consulta a documentos, fotos e publicações referentes à história dos salesianos no Brasil. Fazem parte do acervo, em especial, coleções de revistas (como o Boletim Salesiano, tanto o publicado na Itália, como o publicado em língua portuguesa, desde 1902) e documentos oficiais da Congregação, entre as quais cartas trocadas no início do século XX com o então reitor-mor dos Salesianos, padre Miguel Rua. A Inspetoria de São Paulo preserva ainda um amplo arquivo fotográfico do Liceu Coração de Jesus e outras obras salesianas no Estado de São Paulo.

 

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